10 de setembro de 2012

Teu perfume.

Garota frágil e enigmática, fria mas sofre de remorso. Verdadeira porém, não gosta de comentar com os outros suas verdades. Dona de um olhar profundo e doloroso, mas quando abre um sorriso o abre com vontade, contagiando todos à sua volta e os surpreendendo, pois muitos não acreditavam que sabia sorrir. Não é que você não saiba sorrir, acontece que nem sempre e nem tudo te da vontade, e pra você é, ou sorri de verdade ou não sorri. Eu te conheci assim, havia um mistério em ti em cada piscar de olhos. Naquela vez não entendia porque eu teria de descobrir esse mistério, e porque sentia em mim um dever de te fazer sorrir todos os dias de verdade. Eu sentia que tua alma gritava por uma atenção. No começo procurava comentar contigo sobre sua vida e o porque de tanta isolação, e me dava impressão de que era um receio de sair fora do seu mundo e viver o mundo da realidade. Você costumava dizer que as pessoas eram como um perfume; se ruim, quanto mais sentirmos o cheiro mais iremos querer joga-lo fora, mas se o perfume for agradável certamente sentiremos vontade de sentir o cheiro cada vez mais, e obviamente uma hora iria acabar e teria outras fragrâncias do mesmo perfume, mas não seria a mesma coisa pois não era o mesmo perfume de antes. Sendo assim, você concluía a combinação afirmando que as pessoas um dia iram partir, sendo pela vontade de Deus, por uma decepção, pelo destino ou, por um acaso da vida. E que chegariam novas pessoas como as que partiram mas, não seriam iguais á elas. Entendi que era isso que te fazia se isolar das pessoas e de você ter tanto receio de viver o mundo, pois estaria correndo risco como qualquer um a esses tais perfumes ruins e bons. Mas o teu medo mesmo era de ter de ver partir os perfumes bons, os quais se apegou. Não foi fácil ter um relacionamento contigo desde o princípio, sempre tão fechada e desconfiada, mesmo tendo aquela aparência de fria e durona. Percebia que tinha vontade de me falar as tuas verdades, de se abrir comigo, mas quando começava a falar já mudava o foco. Eu sei, você tinha medo de mim, que eu fosse um dos perfumes em que você se apegaria e depois de um tempo eu teria de partir. Mas a verdade é que eu não queria de nenhuma forma partir, estava começando a gostar de participar do seu mundo fechado e cada vez mais me sentia envolvido nele, com a missão de descobrir os teus mistérios. Nunca insistia, apenas te dava bons motivos para que confiasse em mim, e nesses bons motivos consegui te fazer acreditar. Você foi aprendendo a ter mais segurança em si mesma e em mim também, éramos confidentes um do outro. Depois de um tempo consegui te conquistar de uma forma completa que nem eu imaginava que conseguiria, e você da mesma forma me conquistava cada dia mais me mostrando que deveria insistir em ti, mesmo que muitas vezes a vida e você me dessem motivos para não insistir. Aquela garota estranha e reservada me chamou atenção em meio a tantas pessoas iguais, e hoje entendo o porque de eu e ninguém mais ter de desvendar os teus mistérios e te fazer feliz de verdade; eu sou o perfume da história da sua vida, mas a fragrância que irá permanecer, mesmo quando você se canse de senti-la eu irei continuar ali ao teu lado, mesmo quando eu estiver me acabando eu irei permanecer te ouvindo, e quando o frasco quiser quebrar irei fazer de tudo para segura-lo  até o fim. E assim, jamais te deixarei.

Divulguem ...