O que acontece quando os desvios de olhares resolvem acontecer ao mesmo tempo, nos deixando constrangidos ? O que acontece quando em uma conversa normal as palavras saem um tanto pela a metade e repetidas ? O que acontece quando se percebe a preocupação um com o outro ? O que acontece ? Diga-me ? Quando se desperta atração mas de modo diferente de algumas pessoas. Não aquela com joguinhos e cantadas, gloriando-se em si mesmo querendo parecer o "partidão" ! Mas sim aquela atração que se tem por uma palavra verdadeira, um ato de confiança, um obrigado, um sorriso registrado, uma fragilidade. Assim é minha atração por ti, uma atração que acho linda. Você não sente ? Isso que nos faz tremer em cada comprimento, em cada abraço, em cada apelido citado um ao outro. Não ? As vezes parece que em nossas conversas você também sinta tal atração. Que depois de uma despedia formal, você sinta minha falta, por um momento apenas sinta vontade de conversar mais um pouco, de dar risada mais um pouco. De amar, talvez, mais pouco. Que durante um filme, você também sinta vontade de envolver seus braços sobre meus ombros me prendendo um pouco abaixo de teu pescoço. Que você também sinta vontade de sentir mais forte meu cheiro. Me parece que sim ! E, em outras não. Parece... Pa-re-ce. No meu caso separo as sílabas em pare-ce. Pare, pare de parar. Parar com tal impressões, com tal sentimentos, com tal atrações, com tal olhares, com tal conversas, com tal preocupação excessiva. Parar, dar um basta, sabe !? E esquecer, não dar mais alimento a certas esperanças sobre nós dois. Isso talvez resolveria muita coisa, ou não. Mas, o mesmo paro de parar se conjuga em: eu paro, tu paras, ele para, nós paramos, vós parais, eles param ... Eu paro de conversar, tu para de confiar. Eu paro de me preocupar, tu para de se importar. Eu paro e tu para. O ruim nos verbos é que não tem um que pode-se conjugar de forma alguma diferente. Como; eu paro, tu não paras, ele continua, nós não paramos. No nosso caso podia ser esse, não ? Eu paro com tudo, você não para, e me mostra que tudo aquilo não eram apenas impressões. Ele no plural, ou seja, eles, todos eles, os olhares, atrações, sentimentos, conversas, preocupações, tudo continua. E nós não paramos. Todo o restante do verbo se encaixa em uma só coisa; nós não paramos de alimentar esperanças, esperanças de dias melhores, mas a diferença da esperança de antes é que, teremos esperanças e alcançaremos dias melhores ambos, juntos !
