9 de novembro de 2012

A estrada Velha

E da varanda de casa eu te via. Te via partindo,  você ia sumindo cada vez mais longe, e quanto mais se distanciava dali, mais eu sentia que estava perdendo uma parte de mim. Você ia diante do teu caminho, qual escolheu seguir sem receio. Por um momento olhou pra trás, por um momento apenas você olhou. Olhou e e a única coisa que enxergou foi meu rosto embolado, torcido, lutando contra as lágrimas que insistiam em cair, como se isso adiantasse alguma coisa. Pronto, me rendi à elas! E assim as lágrimas caíram dos meus olhos, ou seria melhor dizendo desbulharam-se de meus olhos? Nesse momento pensei que iria voltar, que iria se arrepender e não enfrentaria aquilo, a não ser, se estivesse junto a ti. Mas não. você não voltou  nem ao menos parou para me olhar, apenas virou rápido o olhar a minha direção certificando-se de que eu ainda estava lá e logo o desviou. Não fui eu o motivo suficiente para te fazer voltar. Poderia eu ter ido atrás de ti, gritando o teu nome, exalando sofrimento te pedindo para ficar. Poderia, mas não o fiz. Preferi ficar sobre aquela varanda sentindo remorso e náuseas me fazendo companhia. Por dias permaneci ali, todo o dia. Uma vez te vi, te vi meio perdido como se nunca houvesse estado naquele lugar outra vez e se perguntava como havia chegado ali e por um momento me enxergou, me pareceu estranho, me olhava com a cabeça um pouco inclinada a direita e em dois e dois segundos a movia de um lado para o outro. Olhava imóvel e nos últimos dois segundos sorriu sem mostrar os dentes e depois, o sonho se desfez. Me acordei, olhei da varanda para fora e não havia ninguém, a não ser as folhas de outono voando pelo sopro da brisa fresca. Nunca soube o que foi aquilo, se foi um sonho de um sono leve que nem percebi, ou será, que finalmente estava começando a ficar louca!? É de se acreditar, tua ausência me adoecia...
Pensei em te enviar cartas, cartas demonstrando o desamor que você me deixou, te interrogando o porque de tanta frieza e desapego em tua partida. Mas o que isso mudaria? Nada! Mas mesmo assim, com essa certeza e afirmação no fundo eu acreditava que talvez adiantasse, que talvez faria você repensar sobre tua decisão. Mandei, te enviei uma carta apenas. Nunca tive resposta. Vai ver você não tinha nenhuma resposta. Pensei também sobre a possibilidade de um dia você vir visitar a velha e pequena cidade e por uma eventualidade tomar o rumo da estrada velha qual um dia te fez seguir o caminho que escolheu e chegasse até minha varanda. Pensei, pensei, imaginei... imaginei muito, mas, sobre isso nada pude fazer se não apenas esperar por esse dia, se é que iria chegar. De qualquer forma te esperaria e estava disposta a isso. Te esperaria na cadeira de balanço de madeira e com o teu blusão, que foi a única coisa que deixou naquela vez. Além de mim...

Divulguem ...